19 de outubro de 2011

Sobre BRUXOS e GATOS


Para todo bruxo, a relação com a natureza, com a fauna e flora, ocorre de forma muito fluídica. Sendo ele um tramitador de mundos, passeia entre as realidades  - sem fronteiras - em pé de igualdade com outros seres, incluindo os animais, e faz parte de suas crenças a transmigração da alma, ou seja, consideram os bruxos que a sua essência pode se apresentar das mais variadas formas, inclusive em forma animal diferente da humana, e é deste conhecimento que nasce então seu respeito a toda classe de seres.

Ao contrário do que muitos pensam, influenciados obviamente pela visão cristã, que discriminou qualquer manifestação de religiosidade diferente de seus dogmas, a Bruxaria - cuja existência é muito anterior ao cristianismo - NÃO consiste em meramente práticas de feitiçaria, nem possui conceitos maniqueístas de bem e mal ou a divisão dualísta deus/diabo, mas consiste sim em crenças campesinas - pagãs - de cunho politeísta, de culto aos ancestrais e na manifestação de todo legado cultural e folclórico dos povos europeus pré-cristãos.

E este folclore, expresso também na mitologia de cada povo, acaba sendo a forma ilustrativa para se demonstrar tais práticas e crenças pagãs inerentes à Bruxaria.

Dessa forma, nós, do Conselho de Bruxaria Tradicional, em parceria com o Projeto SOS Felinos, visando desmistificar a associação errônea feita entre felinos e Bruxaria advinda deste maniqueísmo, apresentamos um apanhado das diversas mitologias européias que consideram gatos animais sagrados e relatam sua proximidade com o ser humano.

Com isto, cabe reflexão bem simples, caro leitor:

Como os gatos, tenham a pelagem que tenham, mas em especial os pretos, poderiam ser associados ao 'mal' e à Bruxaria, se para a bruxaria o mundo não é dividido em bem e mal? Começa já aí o contrasenso!

A distorção dos valores pagãos de sacralidade dos animais, em conjunto com o pensamento maniqueísta, leva a conclusões absurdas tais como:

gato = animal = sagrado para o pagão e  
mal = trevas = escuro = preto, 
 logo, gato preto é mal.

Eis a origem de uma tolice até hoje enraizada no inconsciente de muitos.

E ainda para reflexão, como poderiam os bruxos então maltratar indiscriminadamente gatos, tendo a bruxaria esta visão de igualdade e sacralidade com os animais, demonstrada através das mais diversas manifestações culturais dos povos que foram a base pagã?


Esta sacralidade é comprovada através do artigo 

"O Culto dos Gatos nas Mitologias e Folclores Europeus"


Mitologia Germânica:

Freya: Era a mais renomada das Deusas, irmã gêmea de Frey, chamada de “a noiva dos Vanirs”. Freya tinha muitos nomes, sendo conhecida como a Deusa do amor, da sexualidade e da beleza, também é a Deusa da guerra que recebe os heróis que morrem nos campos de batalha, juntamente com Odin. Podia assumir a forma de um falcão e viajar grandes distâncias. Associada a um tipo especial de feitiçaria conhecida como Seidr, às jornadas xamânicas e à adivinhação, geralmente chamada de Volva. 
Freya viajava numa carruagem puxada por gatos, o que sugere que os gatos também estavam entre os espíritos de animais que a auxiliavam em sua viagem sobrenatural.

 
Mitologia Romana:

Quando surgiu o Império Romano, vários gatos foram contrabandeados do Egito por comerciantes fenícios, e tornaram-se em pouco tempo bastante queridos por seu auxílio na caça aos animais daninhos.
Na medida em que o Império Romano se expandia, o gato se difundia, tornando-se cada vez mais manso.
Há rumores de que tanto os romanos quanto os gauleses teriam adotado o hábito de enterrarem os gatos com seus donos, como comprovam algumas pedras funerárias encontradas em vários países da Europa.

 
Mitologia Celta:

Existem muitas referências aos gatos na mitologia celta. Algumas das funções míticas que mais representaram este animal é o serviço de tramitar entre mundos e a de guardião que  ajuda a guardar as portas do Outro Mundo.
Segundo a tradição celta, a deusa Cerridwen tem um elo de ligação com o culto ao gato relativo à fecundidade através de seu filho Taliesin, que numa das suas encarnações foi descrito como um gato com a cabeça sarapintada.


Diz a lenda que, no País de Gales, a Deusa Brigit tinha o gato como companheiro.



Mitologia Grega:

Ártemis ou Artemisa é a patrona dos animais, é a virgem caçadora do Olimpo. Ela tem uma estrutura atlética e é uma arqueira exímia. Irmã gêmea de Apolo. Seus símbolos são: o arco e flecha, a tocha e animais em geral, principalmente o cão, o gato, o leão, a corsa e o urso.



Folclore Inglês:


Na Inglaterra de 936, os gatos haviam se tornado tão valiosos que a lei estabelecia penas severas para quem os matasse, baseadas nas suas qualidades de caçador.
Assim sendo, um gato adulto tinha um enorme valor.
 
Ainda teremos Grimalkin, um gato cinza com poderes mágicos. Muitas obras de arte têm sido dedicados ao Grimalkin. É um fato comum ligar os gatos à magia.  É interessante notar que mesmo o Grande Bardo (Poeta) Shakespeare recitou sobre Graymalkin em Macbeth. No Ato I, a primeira bruxa diz: "Eu venho, Graymalkin", quando sua gata a chama.


Folclore Polonês:

A planta "Willow Cona" deriva seu nome de um mito antigo de um gato polonês. O mito é o seguinte: Um dia, a mãe gato estava sentada em um banco perto de um rio, chorando porque seus gatinhos tinham caído na água e, mesmo correndo, ela não conseguia chegar até eles. Os juncos ouviam os lamentos da mãe gato e sentiram pena que se dobraram para que os filhotes pudessem se agarrar em seus longos caules, salvando-os e dando à gata mãe de volta seus bebês preciosos.
Desde então, dos juncos receberam belas flores aveludadas sobre suas hastes, tanto como uma recompensa e como um lembrete dos gatinhos que se apegaram a eles, a fim de salvar suas vidas.  Willow Cona faz referência ao mito dos gatinhos salvos.
Muitos clãs escoceces adotaram o gato doméstico como seu animal totem, e o clã MacBain utilizava o gato selvagem. Os gatos estavam encarregados pela educação e pelos seus tesouros.  Os escoceses contam a lenda do Poderoso Rei dos Gatos, que poderia responder a qualquer pergunta, e a dos Sith Cath, o Gato das Fadas, com os olhos verde-escuros e as orelhas extremamente longas.



Cordialmente,

Um caminho claro sobre as tradições na Bruxaria

Textos: CBT
Imagens: Internet


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